PLANO DE NEGÓCIOS – O que é, quais as vantagens e como fazer um para o seu projeto de empreendimento

PLANO DE NEGÓCIOS

O que é, quais as vantagens e como fazer um para o seu projeto de empreendimento

 

Por Marketing Zannix Brasil – 04 de outubro de 2021.

 

A mente empreendedora precisa de planejamento para converter ideias em negócios bem sucedidos, e o Plano de Negócios é uma peça fundamental para isso

 

O Plano de Negócios é o documento usado para se definir o modelo, a estratégia, os recursos, as pessoas e os requisitos necessários para um empreendimento. Com um plano bem feito usando uma boa metodologia, são reduzidos os riscos de negócios enfrentarem problemas e aumentadas as suas chances de sucesso.

 

“Boa sorte é o que acontece quando a oportunidade encontra o planejamento”

Thomas Edison

A velocidade das mudanças no capitalismo atual nos abre oportunidades todos os dias. E, para um mundo empreendedor, é necessária uma mente empreendedora. De acordo com o Relatório Anual do Global Entrepreunership Monitor de 2020, 23% da população economicamente ativa no Brasil estava engajada em iniciar um novo negócio ou abriu um negócio nos últimos 3,5 anos.

 

Para se ter uma comparação, nos Estados Unidos, país símbolo do capitalismo empreendedor, essa taxa foi de 17%. O empreendedorismo é uma das formas mais justas e eficazes de se horizontalizar a riqueza entre a população. Com uma boa ideia, muito trabalho, pessoas engajadas e um bom planejamento, qualquer um pode abrir um novo negócio.

Assim, qualquer pessoa pode aspirar uma maior riqueza para si mesma, ao mesmo tempo em que satisfaz alguma necessidade da população em seu entorno. Não que seja uma tarefa fácil, muito pelo contrário. Uma pesquisa do IBGE de 2017, aponta que 6 em cada dez empresas abertas, fecham antes de completar 5 anos de sua abertura e 42% fecham as portas em até 2 anos.

 

O que é um Plano de Negócios

 

E por que a mortalidade de empresas no Brasil é tão alta? Um estudo também realizado pelo SEBRAE de São Paulo em 2014 aponta que a principal causa do fracasso de empresas é a falta de planejamento prévio. Nada menos que 55% dos empresários entrevistados não elaborou um Plano de Negócios antes de abrir sua empresa.

 

O Plano de Negócios é a ferramenta básica para que se aprenda de forma mais profunda sobre o negócio que se quer abrir e o mercado em que está inserido e pode fornecer insights poderosos, que podem inclusive alterar a ideia inicial drasticamente. Ele nada mais é que um documento, produto de um período de reflexão e estudo do(s) sócio(s) antes de partir para a criação da empresa.

 

“Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado”

Provérbio chinês

 

De acordo com o modelo de Timmons (Jeffry A. Timmons foi um professor americano de empreendedorismo, conhecido como pioneiro em pesquisa e educação sobre empreendedorismo), o tripé do empreendedorismo é composto pela Oportunidade, pelos Recursos disponíveis e pela Equipe. O Plano de Negócios serve de fiel entre a oportunidade identificada e os recursos disponíveis, avaliando e equilibrando a melhor forma de se maximizar o potencial da ideia de valor com as informações disponíveis no momento.

 

As outras duas intercessões Oportunidade – Equipe e Equipe – Recursos são potencializados pela Criatividade e pela Liderança, respectivamente. Isso tudo inserido em um ambiente de incerteza e obedecendo as regras do Mercado de Capitais, tendo ainda a Sustentabilidade como base.

É importante manter os pés no chão

 

Há muitas vantagens em se preparar um bom Plano de Negócios antes de iniciar um empreendimento. A principal delas, é reduzir a chance de que os sócios se apaixonem pela ideia, assim perdendo a objetividade nas suas decisões. Quando idealizamos um novo projeto, é tentador que o ponhamos em um pedestal, como se fosse a solução genial para os maiores problemas da sociedade. Mas não se engane: dificilmente será o caso.

 

Essa é uma ilusão causada pelo excesso de confiança do empreendedor no valor da sua ideia. Ela pode realmente ser boa, mas as que se tornam um Google ou uma Uber da vida não são muitas. O Plano de Negócios ajuda a manter os pés no chão durante o planejamento e a execução da empreitada. Nele estarão os fatos como eles são e, mesmo que contenha alguns erros de calibração nas premissas (o que é comum), ainda será uma estimativa melhor da realidade do que a imagem que os fundadores têm na cabeça.

 

Esse pode ser o diferencial entre um projeto que não deu certo abortado a tempo, ou então na insistência em uma empreitada sem futuro que trará danos graves acumulados no seu decurso.

 

Compreensão profunda do empreendimento

 

Uma segunda vantagem importante é que, durante a elaboração do Plano de Negócios, seus elaboradores serão obrigados a mergulhar profundamente no contexto do empreendimento. Assim, terão que estudar a fundo o mercado no qual está inserido, seus clientes, fornecedores, concorrentes. Além disso, levantarão o ambiente regulatório aplicável e assim garantir que sua implantação não encontrará barreiras legais. Por fim, serão forçados a pensar nas estratégias de marketing mais eficazes para lançar seu produto ou serviço.

 

E tudo isso, no fim, trará duas consequências importantes. Primeiramente, reduzirá os erros que serão cometidos durante a implantação. Eles não serão evitados por completo, pois isso não é possível no ambiente de incerteza de uma nova empresa, mas tenderão a ser menos frequentes e a terem menos impacto do que se não existisse um plano. Além disso, poderá trazer insights críticos que potencializarão o valor do negócio, às vezes até alterando por completo a ideia inicial de como agarrar a oportunidade vislumbrada.

 

Plano de Negócios também tem a ver com comunicação

 

A terceira vantagem que vale a pena mencionar aqui é que o Plano de Negócios é uma poderosa ferramenta de comunicação com os diferentes stakeholders. Ele pode ser utilizado para captar financiamento externo de potenciais investidores, como venture capital ou investidores anjo, por exemplo.

 

Ou então, em uma versão simplificada e mais objetiva, pode ser apresentado para potenciais clientes e auxiliar a fechar vendas. Ou ainda, como meta inicial a ser buscada pela empresa nos seus primeiros anos, direcionando os esforços para que atendam às expectativas iniciais desenhadas.

 

Uma empreitada pode sim dar muito certo sem ter um Plano de Negócios. Porém as vantagens em se fazer um sem dúvida se sobrepõem à vantagem de se correr com a execução sem planejar muito bem antes. Quando se planeja melhor, suas chances de se ter sucesso serão maiores.

 

Como fazer um Plano de Negócios

“Planeje seu trabalho para hoje e todos os dias. Em seguida, trabalhe seu plano”

Margaret Thatcher

 

O Plano de Negócios nada mais é do que um documento preparado depois de muito estudo. Nele estarão as principais premissas e projeções para a empresa e espera-se que, quando pronto, seja capaz de aumentar em muito a sua possibilidade de sucesso. Há algumas ferramentas que podem ajudar a criar um Plano de Negócios.

Estrutura do Business Model Canvas

 

Em uma fase inicial, pode-se usar estruturas mais simples e diretas, como por exemplo, o Business Model Canvas. Nele, os principais pontos do negócio são sumarizados em 9 itens, apresentados em uma única tela. Ele provê uma boa estrutura para a fase inicial de ideação, quando estamos começando a organizar os pensamentos de como o negócio funcionará e quais serão suas propostas de valor. Ou, ainda, quando estamos explorando diferentes ideias de projeto.

 

Ele ainda possui a vantagem de conseguir ser preenchido de forma relativamente rápida, em poucos dias é possível ter um Canvas completo.

O que será feito é descrito pelo bloco “proposta de valor”. Os três blocos verdes focam nos clientes, quem a empresa irá servir. Já os blocos em azul organizam como a proposta de valor será entregue. E os blocos em laranja falam do dinheiro, quanto se pretende ganhar e quanto se pretende gastar.

 

Como podemos perceber, o Business Model Canvas é bastante simplificado e raramente é suficiente para que se tenha um planejamento detalhado para o negócio.

 

Ele pode fornecer um bom começo, mas normalmente deve evoluir para um Plano de Negócios mais completo.

 

Quanto mais profundo for esse plano, menores serão as incertezas na sua implantação e maiores as chances de sucesso. Um Plano de Negócios bem elaborado deve demorar de 3 a 12 meses para ser criado, diferentemente de um Business Model Canvas.

 

O que um Plano de Negócios precisa apresentar

 

Um Plano de Negócios deve ser um documento robusto, que contém as principais propostas, levantamentos, premissas e projeções do negócio. Nele, devem estar contidas minimamente as seguintes partes, que podem ser adaptadas, agrupadas, ou terem sua ordem alterada dependendo de cada caso:

 

  1. Sumário Executivo – Descrição do negócio, mercado alvo, vantagens competitivas, principais projeções de vendas e de lucratividade.

 

  1. Equipe de Gestão – Organograma e currículo resumido das pessoas chave.

 

  1. Pesquisa de Mercado – A indústria, clientes, fornecedores, dimensão do mercado e tendências, concorrentes e necessidades dos clientes não atendidas pelos concorrentes.

 

  1. Análise Econômico-Financeira – Projeções de vendas, margens, lucratividade, custos, ponto de equilíbrio, tempo para alcançar um fluxo de caixa positivo, cálculos de retorno – VPL, TIR e Payback.

 

  1. Plano de Marketing – Estratégias de precificação, qualidades do produto / serviço, canais de venda e propaganda.

 

  1. Plano Operacional – Rota de produção e processos operacionais essenciais; capacidade produtiva; regulamentações e assuntos jurídicos; localização geográfica; logística, sustentabilidade ambiental, social e de governança – abordagem ESG.

 

  1. Plano de Implantação – Análise SWOT; cronograma macro; levantamento de riscos e análise de cenários; contratações de pessoal; necessidade de capital próprio e externo – investimentos imobilizados e necessidade de Capital de Giro. 

 

Resumindo, o Plano de Negócios deve ser abrangente o suficiente para que se tenha um bom conhecimento de onde se está entrando, mas também direto e o quão conciso possível. É importante prestar muita atenção nos detalhes, pois eles fazem toda a diferença.

 

Não foque em acertar 100% do plano

 

Dê bastante atenção à proposta de valor e à capacidade da equipe de fazer o plano acontecer e nem tanto se as projeções numéricas não se concretizarem à risca. Afinal, é bastante difícil acertar um planejamento na mosca, e nem é esse o objetivo do plano.

 

Sua meta é dar um norte para o empreendedor e para quem mais estiver a bordo. E, por fim, o conteúdo interessa mais do que a forma, porém faça com que o plano tenha uma boa aparência, o cuidado na apresentação diz muito.

 

Investir em um bom Plano de Negócios é garantia de sucesso?

 

“Todo mundo tem um plano até levar um soco na cara”

Mike Tyson

 

Um levantamento realizado por Bill Gross, presidente da IdeaLab, uma incubadora de empresas de sucesso, encontrou que um bom Modelo de Negócio era apenas o quarto fator mais importante para o sucesso de uma startup. Ele ficou atrás dos fatores Timing, Equipe/Execução e Ideia.

 

Timing é o momento em que o projeto é implantado. O mercado tem que estar pronto e realmente precisar da solução que está sendo oferecida naquela ocasião. Equipe/Execução é a capacidade das pessoas chave de fazerem o projeto acontecer. E a ideia é como agarrar a oportunidade identificada. Todos esses fatores tiveram maior impacto no sucesso de uma startup do que um planejamento estruturado.

 

Não, um Plano de Negócios, mesmo que muito bem-feito, não é garantia de que seu projeto será um sucesso. Infelizmente, nada pode garantir isso. Isso porque há outros pontos que podem contribuir ou atrapalhar a empreitada, e nem todos conseguimos prever nem controlar.

 

Porém, um Plano de Negócios sem dúvida ajuda, e muito, a aumentar suas chances de êxito. Nessa mesma pesquisa, foi identificado que o Modelo de Negócio teve um impacto de 24% no fato de uma startup ser bem-sucedida. Ou seja, um Plano de Negócios robusto aumenta em cerca de ¼ sua chance de triunfo. E isso é mais do que motivo para se investir em um.

É possível adaptar e revisar

 

Outro mito que deve ser derrubado é que o planejamento é imutável e deve ser seguido à risca sob qualquer circunstância. Na verdade, com a velocidade das mudanças do mundo moderno, o Plano, quando sai da impressora, já está obsoleto. Por isso, ele deve ser revisto e adaptado com frequência, incorporando novas informações, tecnologias e eventos incertos que vão certamente surgir com o tempo. Dessa forma, um Plano de Negócios não é um produto acabado, mas sim está em constante evolução.

 

E, para finalizar, o Plano de Negócios não é o Negócio. A realidade é bem diferente do que foi planejado. E o empreendedor deve ter isso em mente, que imprevistos irão acontecer e vão desviá-lo o tempo todo. Ter a inteligência para discernir quando é aceitável fugir do plano e quando devemos retomar o rumo é uma habilidade essencial.

 

Fonte de Pesquisa: Resultados Digitais

Atualização e ampliação: Equipe Zannix Brasil

 

 

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