Controle de Estoques e Almoxarifado ou Você Controla ou Será Controlado pelo Fisco

Introdução: o elo invisível entre finanças, operação e estratégia

Poucos gestores percebem que o estoque é um dos componentes mais estratégico e ao mesmo tempo mais negligenciado, do patrimônio empresarial. Ele está presente na base do fluxo de caixa, na precificação, no resultado contábil e até na tributação.


Quando mal administrado, o estoque consome capital, distorce margens, inviabiliza o planejamento e oculta perdas. Quando bem gerido, torna-se um pilar silencioso da saúde financeira, revelando eficiência, previsibilidade e maturidade operacional.

A gestão de estoques e almoxarifado, portanto, não é apenas uma questão logística: é uma disciplina contábil, fiscal e gerencial que define a capacidade de uma empresa de crescer de forma sustentável.


A Zannix Brasil Contabilidade entende o estoque como um dos centros de inteligência da empresa e não como um depósito de mercadorias.

1. O estoque como ativo contábil e termômetro da performance empresarial

No balanço patrimonial, o estoque está classificado como ativo circulante, representando bens destinados à venda, ao consumo ou à transformação.


Mas, na prática, ele é muito mais do que uma linha contábil: é um espelho do funcionamento interno da empresa.

Empresas com estoques desorganizados revelam fragilidades estruturais.


Cada item não registrado é uma venda que pode não ser reconhecida; cada entrada sem conferência é uma distorção de custo; cada ausência de inventário é uma dúvida sobre o lucro.

O CPC 16 (R1) – que trata de Estoques – é claro: o estoque deve ser avaliado pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido, refletindo a realidade econômica do ativo.


Portanto, um estoque superavaliado é um lucro fictício; e um estoque subavaliado, uma distorção patrimonial.

2. A essência do almoxarifado: onde a contabilidade encontra o controle físico

O almoxarifado é o ponto de convergência entre o mundo físico e o mundo contábil. É onde se materializam as entradas e saídas que alimentam a DRE, o balanço e a apuração tributária.

Ele é o guardião do patrimônio circulante: onde cada nota fiscal é transformada em item controlado, identificado e rastreável.


E é aqui que surge a primeira camada da boa governança: não existe contabilidade de qualidade sem controle físico confiável.

Boas práticas exigem:

  • Localização estratégica e organizada por famílias de produtos;
  • Controle de acesso físico e digital;
  • Tombamento e etiquetagem (com código de barras, QR Code ou número patrimonial);
  • Procedimentos formais de conferência, devolução e inventário.

Um almoxarifado bem estruturado é, na prática, o pulmão operacional e financeiro da empresa.

3. Métodos de avaliação de estoques: ciência, coerência e padronização

A escolha do método de avaliação de estoques não é apenas uma formalidade contábil; ela impacta diretamente o resultado tributário e a leitura gerencial da empresa.

Os principais métodos são:

  • PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai): o método mais adotado e aceito pela legislação fiscal. Reflete a lógica natural de circulação dos bens e aproxima o custo da realidade econômica;
  • UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai): útil para efeitos de gestão inflacionária, mas proibido no Brasil para fins fiscais e societários;
  • Custo Médio Ponderado Móvel ou Fixo: suaviza variações de preço e é ideal para empresas industriais ou de alto volume.

O importante é a consistência metodológica: uma vez escolhido, o método deve ser aplicado uniformemente e documentado na política contábil. Mudanças exigem justificativa técnica e registro formal.

4. Controle físico: da entrada ao inventário

O controle físico é o DNA do estoque.


Cada entrada deve ser conferida com o pedido de compra e a nota fiscal; cada saída, com o documento de requisição ou de venda.


Quando essas rotinas são negligenciadas, abrem-se brechas para perdas, desvios e fraudes – que, no longo prazo, corroem o patrimônio.

Os pilares do controle físico incluem:

  • Etiquetagem e tombamento individual de bens e insumos;
  • Rastreamento em sistema ERP com registro de datas, quantidades e responsáveis;
  • Inventário periódico (rotativo, cíclico ou geral);
  • Conciliação contábil entre saldo físico e saldo escritural.

O inventário rotativo, inclusive, tem ganhado destaque nas empresas de alta performance, pois evita paralisações e mantém o controle contínuo da acurácia.

5. O risco invisível: o impacto fiscal e tributário do estoque

O estoque não impacta apenas o custo e o lucro, ele influencia diretamente a carga tributária.


No Lucro Real, é determinante para a apuração do custo das mercadorias vendidas (CMV) e para a base de cálculo do IRPJ e CSLL.


No Lucro Presumido, interfere na formação do resultado contábil.


E no Simples Nacional, o controle deficiente pode afetar o enquadramento e gerar inconsistências em fiscalizações.

Um ponto crítico ocorre na migração de regime tributário.


Empresas que deixam o Simples e passam ao Lucro Real ou Presumido devem ter seu estoque final devidamente avaliado, pois esse valor pode gerar crédito de ICMS, conforme previsto no § 4° do artigo 674-C do RICMS/SE e sem a rastreabilidade de documentos e informações técnicas precisas, esse benefício se perde e com ele, a oportunidade de reduzir a carga tributária de forma legal.

6. Compliance e governança: o estoque como indicador de maturidade

Um estoque bem controlado é um sinal inequívoco de governança corporativa.


Empresas que registram, conciliam e auditam seus estoques demonstram compromisso com a transparência, a ética e a responsabilidade patrimonial.

O controle de estoques integra o sistema de controles internos, base das auditorias e da conformidade regulatória.


Uma simples divergência entre estoque físico e contábil pode levantar suspeitas em auditorias fiscais ou bancárias.

A Zannix Brasil Contabilidade defende que o estoque é um dos indicadores de maturidade organizacional.


Empresas que controlam seu estoque com rigor estão, na prática, controlando o seu futuro financeiro.

7. Automação e integração: tecnologia como aliada da gestão de estoques

O avanço tecnológico permitiu transformar o almoxarifado em um centro de informação em tempo real.


Softwares de ERP, códigos de barras, leitores ópticos e integração com a contabilidade eliminam falhas humanas e aumentam a confiabilidade dos dados.

Com a tecnologia disponível hoje, é possível:

  • Automatizar baixas de estoque via integração de vendas;
  • Controlar validade e lote de insumos;
  • Confrontar saldo contábil com saldo físico automaticamente;
  • Emitir relatórios preditivos de consumo e necessidade de compra.

A automação reduz erros e libera tempo para análise gerencial.


Na visão da Zannix Brasil, a tecnologia não substitui o controle, mas o potencializa.

8. O papel da contabilidade: transformar dados em inteligência

A contabilidade é o núcleo de interpretação do estoque.


Ela transforma informações operacionais em indicadores de performance, custo e rentabilidade.

É a contabilidade que calcula:

  • O CMV (Custo das Mercadorias Vendidas);
  • A margem bruta e o lucro operacional;
  • O impacto do capital imobilizado no fluxo de caixa;
  • E, principalmente, a coerência entre o resultado econômico e o fiscal.

Empresas que integram o controle de estoque à contabilidade têm decisões baseadas em fatos, não em percepções.


E é exatamente esse o conceito central da Contabilidade Gerencial, que a Zannix Brasil adota como padrão de atuação.

9. Auditoria e inventário: a prova da verdade

O inventário é o momento da verdade da contabilidade.


É nele que se comprova a existência física dos bens e a fidedignidade dos registros.

A NBC TG 16 (baseada no CPC 16) estabelece que diferenças entre o físico e o contábil devem ser reconhecidas imediatamente, ajustando o resultado. Ou seja, o inventário não é burocracia: é um ato de transparência contábil e responsabilidade gerencial.

Nas auditorias, sejam internas, externas ou fiscais, o estoque é um dos pontos mais sensíveis. Divergências costumam indicar falhas de controle, ausência de conciliação ou até simulações de resultado.

10. Estoque, fluxo de caixa e capital de giro: a tríade invisível

O estoque está diretamente ligado ao capital de giro.


Quanto maior o volume estocado, maior o montante de capital imobilizado e menor a liquidez da empresa.

Um estoque eficiente é aquele que mantém o equilíbrio entre disponibilidade e liquidez, garantindo abastecimento sem comprometer o caixa.

Empresas maduras monitoram indicadores como:

  • Giro de estoque;
  • Cobertura média de dias;
  • Custo de manutenção;
  • Taxa de obsolescência.

Esses índices traduzem o impacto real do estoque sobre a saúde financeira e ajudam na tomada de decisão estratégica.

11. Riscos e penalidades: o preço da desorganização

O descontrole de estoques é um risco fiscal e penal.


Empresas autuadas por divergências entre saldo físico e escritural podem sofrer multas, glosas de créditos, e até acusações de omissão de receitas.

Além disso, no âmbito societário, a falta de rastreabilidade pode comprometer o valor da empresa em processos de due diligence, fusão ou auditoria externa.


É por isso que o controle de estoques deve ser tratado como matéria de compliance contábil e jurídico-tributário.

12. Conclusão: estoque é patrimônio, não depósito

O estoque é uma expressão viva do patrimônio empresarial.


Não é mercadoria esquecida num galpão, mas capital ativo em trânsito.


Sua boa gestão define o nível de confiabilidade da contabilidade, a precisão da tributação e a saúde financeira da empresa.

A Zannix Brasil Contabilidade entende que o controle de estoques e almoxarifado é mais do que um processo técnico, é um instrumento de governança e competitividade.


Por isso, defendemos que toda empresa, independentemente do porte, invista em sistemas integrados, inventários periódicos e políticas contábeis consistentes.

Na Zannix Brasil, o estoque é tratado como aquilo que realmente é: um dos ativos mais valiosos de uma organização em alta performance.

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