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Indicadores contábeis e financeiros

Por Marketing Zannix Brasil – 31 de janeiro de 2022.

 

Os indicadores são tidos como “bichos de sete cabeças” e por muitas vezes chegam a intimidar quando são requisitados para comprovar resultados de projetos e programas. Não necessariamente, eles devem ser vistos somente para comprovar, pois são métricas e instrumentos valiosos em monitoramento e avaliação, ou seja, eles nos acompanham para sabermos se o sentido do nosso projeto está fazendo sentido, também podem mostrar resultados e impactos.

 

A análise através dos indicadores financeiros é de interesse de todos os stakeholders de uma empresa ou organização, tais como: sócios, investidores, diretores, gerentes, credores e gestores de uma forma em geral.

 

O conhecimento próprio antecipado e a avaliação periódica dos indicadores de gestão são fundamentais para uma boa gestão.

 

Por isso, é importante ter em mente que a correta gestão desses indicadores é indispensável para fazer uma análise estruturada e bem adequada à realidade de sua empresa ou negócio.

 

Entre as vantagens de se trabalharmos com indicadores financeiros podemos citar:

 

  • O conhecimento prévio da atual situação financeira da empresa;

 

  • Tentar se antecipar às mudanças necessárias antes de acontecer o pior;

 

  • Melhor direcionamento para atingir os objetivos e estratégias da empresa;

 

  • A empresa entrará em uma rotina de melhoria contínua, elevando seus resultados e se diferenciando no mercado;

 

Entre as desvantagens de se trabalhar com indicadores financeiros, citamos:

 

  • É necessário investimento em qualificação profissional da equipe;

 

  • Os gestores precisam de reciclagem periódica;

 

  • Caso a situação financeira da empresa não seja boa, a informação poderá ser exposta. A equipe precisa ser zelosa e proteger as informações;

 

  • É necessário um mínimo de gestão profissional da equipe e da empresa como um todo.

E quais são os principais indicadores financeiros de uma empresa?

 

De maneira geral, os indicadores financeiros são divididos em estratégicos e operacionais e em quatro grandes grupos, de acordo com a origem das informações e também do objetivo da análise. São eles:

 

1.0 – INDICADORES DE RENTABILIDADE

 

Os indicadores de rentabilidade servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital investido da empresa.

 

Ao avaliar a rentabilidade, os investidores terão condições de decidir se vale a pena manter o empreendimento, se é interessante economicamente aplicar mais capital no negócio ou se a companhia está proporcionando retorno inferior a outras oportunidades de investimento disponíveis. Exemplo:

 

1.1 – Giro do Ativo

 

Analisa a razão entre as vendas líquidas da empresa em relação ao ativo total e avalia a representatividade do faturamento em relação ao capital investido.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Giro do Ativo = Vendas Líquidas / Ativo Total

 

1.2 – Margem líquida

 

Determina o que restou das vendas após o desconto de todas as despesas, incluindo impostos. Além disso, compara o lucro pertencente aos acionistas com o volume de renda gerado em suas operações.

 

Funciona de forma muito parecida com a margem operacional, mas neste caso, o lucro líquido é utilizado, incluindo os impostos.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Margem Líquida = (Lucro Líquido / Receita de Vendas Líquida) x 100

 

1.3 – Retorno Sobre o Investimento (ROI) / Rentabilidade do Ativo

 

O ROI, retorno sobre o investimento, é a relação entre o dinheiro ganho ou perdido através de um investimento e o montante de dinheiro investido. Tem como função, revelar o potencial de geração de lucros, mostrando quanto a organização obteve de Lucro Líquido para cada real de investimentos oriundos de capitais próprios ou de terceiros.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

ROI = (Lucro Líquido / Ativo Total) x 100

 

1.4 – Retorno sobre o Patrimônio (ROE) / Rentabilidade do Patrimônio Líquido

 

ROE se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios recursos. Dessa forma, demonstra qual a taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio investido na empresa e revela quanto a empresa ganhou de Lucro Líquido para cada R$ 1,00 de Capital Próprio investido.

 

Podemos dizer que a parte mais interessada neste indicador são os acionistas, pois indica quanto a empresa consegue crescer usando nada além daquilo que ela já tem.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

ROE = (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido) x 100

 

1.5 – Margem operacional

 

Estabelece qual a porcentagem de cada real de venda restante após o desconto de todas as despesas operacionais (inclusive a diferença entre as receitas e despesas financeiras), com exceção do Imposto de Renda.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Margem Operacional = (Lucro Operacional / Receita de Vendas) x 100

 

1.6 – Ebitda

 

Representa a geração de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros, depreciações e amortizações. É um dos indicadores mais utilizados hoje no meio empresarial através da gestão financeira, inclusive para comparação com o mercado.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

EBITDA = Lucro Operacional Líquido + Depreciação + Amortização

 

2.0 – INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO (Indicadores de Estrutura de Capital)

 

Eles demonstram, assim como os índices de liquidez, a situação financeira da empresa, também devendo ser analisados em comparação às médias das empresas do segmento. Mostram o grau (quantidade) de endividamento e a composição (qualidade) desse endividamento.

 

2.1 – Participação de Capital de Terceiros

 

Indica o percentual de Capital de Terceiros em relação ao Patrimônio Líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos. Nos mostra a política de obtenção de recursos da empresa. Isto é, se a empresa vem financiando o seu Ativo com recursos próprios (Patrimônio Líquido) ou de terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e em que proporção.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Participação de Capital de Terceiros = (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) / Patrimônio Líquido

 

2.2 – Composição de Endividamento

 

Mostra quanto da dívida total da empresa deverá ser paga a curto prazo, isto é, as obrigações de curto prazo comparadas com as obrigações totais.

 

Atenção, pois quanto mais dívidas de curto prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar estes compromissos.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Composição de Endividamento = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)

 

2.3 – Imobilização do Patrimônio Líquido

 

Representa quanto do Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, mostrando a maior ou menor dependência de recursos de terceiros. Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e maior será a dependência de capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Imobilização do Patrimônio Líquido = Ativo Permanente / Patrimônio Líquido

 

2.4 – Imobilização dos Recursos Não Correntes

 

Demonstra que percentuais de Recursos Não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10, etc… Assim, não é necessário financiar todo o Imobilizado com Recursos Próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Imobilização dos Recursos Não Correntes = Ativo Permanente / (Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante)

 

3.0 – INDICADORES DE LIQUIDEZ

 

Mostram a condição da empresa de saldar suas dívidas e avaliam sua estrutura de endividamento.

 

3.1 – Liquidez corrente (LC)

 

É um dos índices mais utilizados. Mede a capacidade de pagamento da empresa em curto prazo. Caso este índice esteja abaixo de 1,0 significa que seus ativos de curto prazo (caixa, bancos, aplicações, etc.), não são suficientes para cobrir seus passivos de curto prazo (fornecedores, empréstimos, etc.), mostrando que os recebimentos e pagamentos estão descasados.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Índice de Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante

 

A interpretação mais favorável deverá ser a de que a empresa tem capacidade de transformar o Ativo Circulante e liquidar as dívidas do Passivo Circulante em curto prazo. A interpretação é a seguinte:

 

  • LC >1: O Ativo Circulante supera todas a dívidas de curto prazo. Significa que a empresa está em boa situação financeira. Sinal VERDE!

 

  • LC =1: Significa que a empresa tem um equilíbrio financeiro a curto prazo. Não é o ideal, mas também não está ruim. Sinal LARANJA!

 

  • LC <1: Significa que a empresa não dispõe de condições de honrar seus compromissos financeiros de curto prazo. Sinal VERMELHO.

 

3.2 – Liquidez Imediata (LI)

 

Mede a capacidade de pagamento imediata da empresa apenas através das disponibilidades, ou seja, dinheiro em caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata. Cuidado com índices de liquidez imediata muito elevados, pois mostram recursos em caixa e bancos, além do necessário e pode fazer com que a empresa não tenha seus capitais adequadamente protegidos da inflação.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

Índice de Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo Circulante

 

A interpretação é a de que o grau de capacidade da empresa em cobrir as dívidas do Passivo Circulante de forma imediata com as Disponibilidades no Caixa, são boas.

 

Um índice muito elevado pode indicar uma abundante quantidade de liquidez, que também pode ser enxergada como desnecessária.

 

3.3 – Índice de Liquidez Seca (LS)

 

O índice de liquidez seca é semelhante ao índice de liquidez corrente, mas sem considerar os estoques da empresa.

 

Ativo Circulante Líquido = Ativo Circulante – Estoques

 

Um índice de liquidez seca baixo pode indicar que o volume dos estoques está relativamente elevado, necessitando para isso mais capital de giro. Para empresas industriais sugere-se que este indicador seja superior a 0,70 e para empresas comerciais sugere-se que este seja próximo de 0,50, desde que a LC seja maior que 1,0.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Índice de Liquidez Seca = Ativo Circulante Líquido / Passivo Circulante

 

A interpretação é a de que o grau de capacidade da empresa de utilizar o Ativo Circulante sem considerar o Estoque para liquidar as dívidas do Passivo Circulante, está otimizada. O ideal é que este índice nunca seja inferior a 0,9, o que representa um alto grau de liquidez.

 

3.4 – Índice de Liquidez Geral (LG)

 

Também conhecido como Índice de Liquidez Financeira, ele mostra a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Índice de Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Ativo Não circulante) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)

 

Representa a capacidade da empresa de transformar o Ativo Circulante e o Realizável a Longo Prazo para cobrir as dívidas de curto e longo prazo do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo, respectivamente. Quanto maior for este índice, melhor a capacidade de liquidez entre os períodos.

 

3.5 – Capital de Giro Líquido (CGL)

 

É conhecida como a folga financeira, ou seja, é o recurso disponível que permite a empresa funcionar e rodar seus estoques.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante.

 

4.0 – INDICADORES DE ATIVIDADES

 

Eles demonstram o tempo que a empresa demora, em média, para receber suas vendas, pagar suas compras e renovar seus estoques.

 

Por meio deles, também é possível verificar se o valor dos ativos é razoável, alto demais ou baixo demais em relação ao nível de venda atual e projetado.

 

Os indicadores de atividade indicam as rotações sofridas pelo capital e por valores empregados na produção, indicando quantas vezes foram empregados e recuperados.

 

4.1 – Prazo Médio de Estocagem (PME)

 

Demonstra a eficiência de gestão dos estoques. Corresponde ao tempo em que o produto permanece armazenado até sua venda.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

PME = Estoque Médio (2 anos) / Custo da Mercadoria Vendida (CMV)

 

4.2 – Prazo Médio de Recebimento (PMR)

 

Demonstra o prazo médio que a empresa recebe suas vendas.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

PMR = (Duplicatas a Vencer / Vendas) * 360

 

4.3 – Prazo Médio de Pagamento (PMP)

 

Demonstra a eficiência de gestão dos estoques. Corresponde ao tempo em que o produto permanece armazenado até sua venda.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

PMP = (Pagamento dos Fornecedores / Valor das Compras) * 360

4.4 – Necessidade de Capital de Giro (NCG)

 

É o valor total mínimo que a empresa precisa ter em caixa. Este valor serve para que a empresa consiga honrar suas obrigações e manter as operações necessárias não parando por falta de recursos financeiros.

 

Este indicador tem grande utilidade para evitar o endividamento total da empresa. Ele também tem grande reflexo direto no fluxo de caixa da empresa.

 

O cálculo é feito da seguinte forma:

 

NCG = PMR – PMP

 

5.0 – CONCLUSÃO

É importante que compreenda que todas as empresas, mesmo que sejam pequenas, façam a análise periodicamente e lembre-se que a análise financeira é a chave do sucesso para sobrevivência no mundo dos negócios.

A análise financeira é mais que um simples registro. Ela será sua bússola e indicará o caminho que suas operações deverão seguir para se manter como modelo de saúde financeira. Por esta razão, é muito importante que sua empresa fique atenta a gestão administrativa e dê especial atenção:

  • Avalie periodicamente o planejamento estratégico;

 

  • Escolha quais indicadores financeiros serão utilizados;

 

  • Capacite a equipe responsável pela elaboração e análise dos indicadores;

 

  • Determine como será o acompanhamento (mensal, bimestral, trimestral);

 

  • Interprete os resultados obtidos junto a sua equipe;

 

  • Apresente os resultados, discutindo com a diretoria da empresa quais são as melhores decisões a serem tomadas, sejam elas corretivas ou potencializadoras do negócio;

 

  • Ligue esses indicadores aos outros setores da empresa, envolvendo as pessoas no alcance dos resultados. A elevação de qualquer índice deve envolver diversos departamentos para fazer sentido e ter sucesso;

 

  • Crie planos de ação para potencializar os números, seja por meio de atividades de endomarketing, premiações ou incentivos. É possível encorajar toda a empresa a criar ideias de mudanças;

 

  • Adote uma solução para monitorar dados em tempo real. Você pode ter a equipe mais incrível e capacitada, mas ainda assim é impossível comparar a capacidade de análise de dados de maneira manual com a de um sistema que garante mais desempenho e velocidade dos processos;

 

  • Lembre-se: é necessário interligar os indicadores financeirose não financeiros e acompanhar a organização por meio de um trabalho em conjunto com toda a empresa.

 

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Fonte de Consulta e Informações: boavistatecnologia

Revisão, ampliação, alteração e atualização: Zannix Brasil

 

 

 

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